sexta-feira, 24 de abril de 2015

A emocionante visita ao Antigo DOPS-SP

O que esperar de um lugar que guarda as memórias de períodos tão tensos e repressivos da nossa história?

Com esta dúvida e nessa expectativa fomos em busca de respostas no antigo prédio onde se localizava o espaço prisional do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Politica e Social), na região central de São Paulo.

Hoje o prédio abriga o Memorial da Resistência e nos traz lembranças de diversos momentos, especialmente repressivos, do nosso passado, em destaque a época da Ditadura Militar (de 1964 a 1985). E este histórico de terror podemos compreender melhor observando uma triste linha do tempo que se estende ao longo de uma das paredes da exposição.

Andar pelos espaços do Memorial é penetrar em um ambiente carregado de tensões e sentimentos e, ao mesmo tempo, rico em conhecimentos e novas informações sobre a nossa história.

A arquitetura, a estrutura física, as celas, os corredores do prédio ou o minúsculo local destinado ao banho de sol, onde só é possível ver o azul do céu entre as ferrugens das grades, é desesperador. Por todos os lados podemos sentir o horror vivido por pessoas que ousavam lutar por liberdade e que, contraditoriamente, ali ficavam trancafiadas.

Símbolo resistência, repressão, controle, coragem, não dá pra dar um único passo neste lugar sem sermos lembrados das pessoas que ficaram presas durante anos, que foram torturadas e algumas até mortas. As escrituras conservadas nas paredes das celas retratam algumas história de vida e a agonia de quem passou por ali. Nomes e frases que chamam a atenção de forma tão impactante no visitante que dificulta controlar as emoções.

Entre tantas informações, destacamos um local do Memorial que merece atenção especial. Trata-se da última cela do corredor de exposição. Nela é possível ouvir depoimentos de pessoas que foram presas e sofreram com as torturas e as condições do lugar, pessoas que contam como era a sobrevivência, como voltavam das sessões de torturas, como era passar as datas comemorativas num lugar como aquele. E se, até aquele momento, alguns conseguiam conter suas emoções, ouvir esses depoimentos, fez tudo explodir dentro de nós. Um turbilhão de sentimentos, tristeza, angústia, revolta. Nós, particularmente, não conseguimos controlar as lágrimas ao saber do sofrimento daquelas pessoas que lutavam por democracia e liberdade.

Tivemos o privilégio de ir visitar o Memorial da Resistência no dia em que começava uma exposição magnífica chamada “Ausências”.

São fotos que relatam o desaparecimento de pessoas durante a ditadura militar, fazendo o paralelo entre o antes e o depois da ditadura. A destruição de vidas e o que as “ausências”  causaram. São fotos com uma sensibilidade sem igual.

O Memorial da Resistência nos marcou de tal forma que, por mais que estejamos nos esforçando ao máximo, não é possível por em palavras tudo o que sentimos.

 
Lugar dedicado à preservação das memorias da resistência e da repressão, o Memorial fica localizado, Largo General Osório, 66, bem no Centro da cidade de São Paulo.

Funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 18h com entrada gratuita.  Telefone e e-mail para contato: 55 11 3335-4990 faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br

A exposição “Ausências” estará funcionando até dia 12 de julho de 2015. De Terça-feira a domingo, das 10h às 17h30 com permanência até às 18h, com entrada gratuita também.

 
 
Com toda a certeza vale a pena fazer uma visita ao Memorial da Resistência!

 
“Lembrar é Resistir”
 
                                     Karoline Melo e Raquel Lopes
                                       (3ºA)
 
                                          
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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